Por
trás de todo aquele esplendor que se deslumbra em apenas dois
dias de
desfile no Sambão do Povo
existe um trabalho de responsabilidade social desenvolvido pelas
comunidades das Escolas de Samba capixabas.
Esse
trabalho se evidencia através de projetos de inclusão e desfaz o
senso comum de que as agremiações atuam apenas em função do
desfile carnavalesco.
Um
bom exemplo disso é a participação cada vez maior nos desfiles
capixabas de pessoas com algum tipo de deficiência. E apesar de
pouco divulgado pela grande mídia alguns casos chamam atenção.
Destaca-se
aqui o caso de Bruna Ramos
,
deficiente auditiva, 19 anos, nascida e criada na comunidade da
Piedade.
Recentemente
Bruna participou do curso " No Compasso: A arte da dança in Samba", promovido pelo Grupo Raízes da Piedade, no qual recebeu total
apoio com interpretes de libras.
Esse processo a estimulou a
participar do “1º
Concurso
de melhor
casal de passistas“,
promovido pela Liga
Espírito-Santense das Escolas de Samba (LIESES)
,
e fez bonito com o parceiro e professor de dança
Diego Teixeira.
Como
ela consegue fazer os passos sem ouvir?
Bruna
explica que começou a ter interesse no samba pela influência das tias, entre elas Huanna Messias. Acompanha o ritmo porque sente a vibração da música e
utiliza muito o campo visual, para não sair do ritmo.
Um
outro exemplo de superação e amor ao samba está na força da
pequena Nathalya
Correia, 8 anos, também pertencente a comunidade da Piedade.
A
Nathy, como é conhecida, tem uma deficiência congênita na medula
que afeta a parte motora e parcialmente a intelectual, fazendo com que
necessite de uma cadeira de rodas ou apoio para andar (está aprendendo)
Apesar
dessa limitação Nathy não se intimida a desfilar na avenida. Tem
seu espaço garantido na escola, recebe total apoio de sua mãe,
Rosiane Correia, que foi
passista no
carnaval capixaba
e pertence a uma das famílias fundadoras da
Novo Império.
Conversa com Nathy e sua mãe Rosiane