segunda-feira, 28 de novembro de 2016

MUG - ENSAIO SHOW DE 27 NOV 2016






Mais um ensaio show realizado pela MUG no último domingo.
Exibição da Bateria Pura Ousadia, Passistas e 2º casal de MS&PB, com o som do intérprete Thiago Brito e conjunto musical.

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VÍDEOS

Transmitidos ao vivo
Bateria Pura Ousadia


2º casal de MS&PB
Stela e Hudson

outros vídeos 


Luísa Furacão



Larissa Ribeiro e Jefferson Teófilo



Ana Júlia




Aline Lamberti



Sílvia Carolina




outros em edição


GALERIA DE FOTOS












































quarta-feira, 23 de novembro de 2016

BAIANAS, UM GRITO DE SOCORRO







Numa atitude pioneira no carnaval capixaba, um grupo de senhoras, sob a coordenação de Rita de Cássia da Silva, responsável pela ala das baianas da MUG, estão empenhadas na criação do primeiro Instituto Brasileiro Ala das Baianas, que tem como objetivos a valorização dessa categoria junto às diretorias das escolas e o reconhecimento junto à comunidade do samba. 
De acordo com Rita as baianas necessitam de uma atenção especial das diretorias por se tratarem, em sua maioria, de pessoas idosas, que por falta de acolhimento, se afastam dos trabalhos da escola aparecendo somente no dia do desfile, e acrescenta: “Temos que envolvê-las nos trabalhos, traze-las de volta, estamos lutando em todas as frentes para que as velhas “mães” sejam perpetuadas, queiram ou não, elas são um espetáculo à parte dentro dos desfiles”.
O Instituto Brasileiro Ala das Baianas já envolve, além da Mug, as seguintes escolas: Novo Império, Boa Vista, Imperatriz do Forte, Jucutuquara e São Torquato. “Nós, do Instituto, temos trabalhado junto às escolas para que as baianas sejam vistas não somente na avenida, mas que recebam apoio durante todo o ano como acontece com alguns setores”, relata.
E continua: “Felizmente nossos esforços já começaram a surtir efeito, no próximo dia 09 de dezembro a Bateria da MUG viajará para o Rio de Janeiro e o Mestre Junior incluiu um grupo de baianas. Segundo Rita isso já é uma vitória para a classe, pois elas terão a oportunidade de contatar uma nova realidade e trocar conhecimentos “.
Mas os obstáculos para essas velhas senhoras não estão somente dentro das escolas. Nos últimos dias Rita se deparou com críticas desfavoráveis ao projeto apresentado pela deputada Luzia Toledo no sentido de designar o dia 25 de novembro como “Dia estadual para as Baianas de Escolas de Samba”. “Se existe dia da consciência negra, dia dos pais, dia dos namorados, etc. Por que não pode haver um dia para as baianas ?” Questiona ela, incrédula com as proporções dos comentários, e acrescenta: “Não foi ideia da deputada, fui eu que pedi isso”.


Rita de Cássia da Silva, a mãe Rita, coordenadora da Ala das Baianas da MUG

 


O Espetáculo das Baianas – Muito Axé
E Rita está certa. Quem não se emociona ao ver o rodopiar majestoso das baianas ao desfilar na avenida? Sua passagem é sempre esperada pelo público, pois não há quem não goste dessa ala. Composta, em sua maioria, por senhoras idosas, mães e avós; as “tias”, como são chamadas, conseguem sustentar fantasias que chegam a ultrapassar 20 quilos, tudo por amor e dedicação ao pavilhão. Elas são a memória viva de uma escola de samba e têm muitas histórias para contar sobre como eram o samba, os sambistas e os carnavais de antigamente.
Apesar do carnaval vir sofrendo transformações visíveis, as baianas permanecem inalteradas, elas são a ligação entre passado poético e o presente glamoroso. Em cada rosto marcado pelo tempo as baianas nos remetem a uma história de africanidade. Elas conservam a mesma roupa clássica, composta de torso, bata, pano da costa e saia rodada, que se apresentavam quando surgiram os primeiros grupos de samba.
Tal e qual no passado uma baiana não samba, ela evolui e sua evolução é diferente dos demais componentes, ela se movimenta em rodopios que podem ou não ser constantes. Com suas fantasias pesadas, elas giram as saias o tempo todo ao longo da avenida e esse giro vem do candomblé. A palavra ‘giro’ significa ‘abre caminho’. É isso que elas fazem na avenida, elas giram para abrir os caminhos, para purificar o local.
Desfile de baianas - Carnavais de 2013 a 2016

A Origem está na Religiosidade
E essa religiosidade começou com o povo africano alforriado que migrou da Bahia para o Rio de Janeiro fugindo das perseguições sofridas pela polícia. Eles influenciaram no samba e na cultura negra de uma maneira tal, que conseguiram eclodir a maior manifestação cultural de todos os tempos: O Carnaval Brasileiro.
Um desses migrantes foi a tia Ciata, uma das muitas baianas mães-de-santo, que chegou ao Rio de Janeiro no final do século XIX, trazendo o seu terreiro de Candomblé. Naquela época o samba era proibido e a tia Ciata abrigava os sambistas em sua casa, ponto de reunião dos negros e mulatos, que além de frequentarem os cultos africanos, perseguidos pela Lei e pela Igreja, também se divertiam em rodas de samba em suas poucas horas de descanso.
Por gratidão, respeito e simpatia, quando os grupos de samba saíam às ruas, todos passavam na porta da casa da tia Ciata. E quando as escolas de samba surgiram, por volta de 1930, as baianas passaram a fazer parte como uma forma de homenagem. Conta-se que nos primórdios das escolas, eram os homens que saíam de baianas, devido à falta de segurança e a violência que rondavam as manifestações carnavalescas populares.


Ala de Extrema Importância
Tradicional e obrigatória, a ala de baianas é considerada como uma das mais importantes em todos os desfiles de escola de samba, mesmo não sendo quesito oficial em nenhum deles. Como todos os componentes do desfile, suas Fantasias também são avaliadas pelos jurados. Elas tem que desfilar em formação e em consonância com as outras Alas, para a escola não perder ponto em Evolução e tem que cantar o samba enredo, caso contrário prejudicam a Harmonia. Não possuem posição específica dentro de um desfile, podendo aparecer em qualquer lugar, de acordo com o enredo e o organograma preparado pela escola


                     

Andaraí 2015                                        Barreiros 2014




                              
 Barreiros 2015                                       Boa Vista 2014




                                  

Boa Vista 2015                                        Chega Mais 2014



                               
    Chega Mais 2016                                    Imperatriz 2014




                                 
    Jucutuquara 2015                                   Jucutuquara 2016





                                          
M U G 2015                                       Novo Império 2013





                                       
Pega no Samba 2016                                  Piedade 2012



Piedade 2016                                    Rosas de Ouro 2014








São Torquato 2015                          Tradição Serrana  2014




                   
 Tradição Serrana 2016              Encontro das Baianas na Piedade 2015


Pelo regulamento da LIESES – Liga Espírito-Santense das Escolas de Samba é exigido um número mínimo de 50 componentes para o grupo especial e de 30 componentes para o grupo A. Apesar da ala não contar pontos, se a escola entrar na avenida sem as baianas, ou sem o número mínimo, a agremiação será penalizada com a perda de pontos.
É grande a preocupação em reunir o número mínimo de baianas exigido para o desfile. Algumas senhoras, com o avanço da idade, já não suportam mais o peso da roupa além de ter que rodar, cantar e evoluir. E muito embora haja senhoras de 50 anos que não estão aptas, por outro lado, pode haver uma baiana de noventa anos em perfeitas condições físicas. Mas uma coisa é certa, enquanto a saúde permitir nenhuma baiana abandona o prazer de desempenhar com garbosidade o seu papel na avenida.

                               
Da. Élida, tem lá seus 90 anos e em plena atividade !!!









Andaraí 2016                                            Andaraí 2014                                                                                 





Barreiros 2016                                            Boa Vista 2016



                                     
 Chegou o que faltava 2015                            Jucutuquara 2014





                                

M U G   2014                                         M U G    2016




                                            

Novo Império 2015                            Novo Império 2014


                            
Pega no Samba 2014                          Pega no Samba 2015





                                      

 Piedade 2015                                       Rosas de Ouro 2016


                                      
 São Torquato  2014                               São Torquato 2016






Tradição 2015














Nadyr dos Santos – É uma das baianas show que viajará para o Rio de Janeiro, e diz: “Será uma experiência fantástica, vamos levar e trazer conhecimentos”. Nadyr tem 78 anos e desfila pela Mug há 14 anos, tendo desfilado uma vez na Jucutuquara. Ela se considera realizada e sobre o peso da fantasia, diz que quando entra na avenida a satisfação é tanta que “nem sente nada”. Já passou por momentos difíceis durante o desfile e foi até o fim . “Dizem que meus olhos brilham quando estou desfilando, ou mesmo numa simples apresentação nos ensaios” afirma Nadyr.
                


 Nadyr dos Santos





Rita Correia Ramos – Ela é Baiana Show de todas escolas. Chamou, ela está dentro. No carnaval de 2016 desfilou por 7 escolas: Imperatriz do Forte, Jucutuquara, Andaraí, Pega no Samba, Mug, Tradição Serrana e Rosas de Ouro. Com 65 anos e muita disposição ela explica que sempre se organiza dando um intervalo entre uma escola e outra. “Quando saio da dispersão, já vou correndo por trás do sambódromo, troco a roupa rapidamente e entro na passarela para brilhar uma vez mais”, fala com entusiasmo. E diz que toda essa energia é porque ela adora o que faz, mantém uma alimentação saudável, além de não beber e não fumar.Além de Rita , outras baianas fazem a mesmo trajetória, desfilando em várias escolas, entre elas : Osmina, Bina, Eva, Ana e Matilde.


Em pé: Eva, Osmina, Bina e Ana. Sentadas: Matilde e Rita


 
                                       Ana

        


Bina                                                    Eva                                                   




 

Osmina






Rita







Sueli Bleicker – A baiana loira da Boa Vista, sim, loira. Quando se fala em baiana se pensa em uma senhora mulata ou negra, de cabelos escuros. Mas Sueli foge à regra. Ela rodopia com seus cabelos longos soltos e um constante sorriso nos lábios. “É só alegria participar dessa ala, diz Sueli, e para mim é uma terapia”, e completa, “é também uma vitória, pois achei que não conseguiria me equilibrar e rodopiar devido a um problema de saúde, mas estou fazendo tudo muito bem. “Ser baiana é liberdade”, finaliza a loira.


Sueli




Rejane Oliveira Aguiar – Nasceu na comunidade da Piedade, tem 55 anos, e desde que se entende por gente desfila pela escola. Já foi Porta Bandeira, e de seis anos para cá participa da ala das baianas. Faz parte do grupo de baianas show, desfila por muitas escolas todos os anos, entre elas Imperatriz do Forte e Rosas de Ouro, mas faz questão de falar que apesar dos problemas que as baianas da Piedade estão sofrendo com a nova coordenadora da ala, por amor a escola ela não se afasta, e diz. “Antes de desfilar por qualquer outra escola eu prefiro desfilar na minha primeiro”.
 
 Rejane









Por: Marinete Coelho
Vídeo e fotos: Dicesar Rosa Filho